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El Niño ganha força em 2023 e já tem data para iniciar

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O departamento de clima ligado ao governo dos Estados Unidos atualizou a projeção para ocorrência dos fenômenos La Niña e El Niño em 2023.

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), nos próximos meses, a probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña cairá de 15% no trimestre fevereiro- março-abril para menos de 10% entre março-abril-maio. Será a partir de abril que as chances do El Niño começarão a aumentar, saindo de 15% entre abril-maio-junho e atingindo mais de 60% de probabilidade entre setembro-outubro-novembro. As informações são da Jovem Pan.

Foto: Divulgação

A ocorrência dos fenômenos climáticos como o La Niña ou El Niño são acompanhadas de perto pelo setor agropecuário pelo impacto que eles podem causar na distribuição e regularidades das chuvas. Em anos de La Niña, o Sul do Brasil tradicionalmente é afetado com menor volume de chuvas e tendem a ocorrer quebras de safra, como estamos vendo agora em 2023. No Rio Grande do Sul, o milho é a cultura mais castigada pela estiagem no estado. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, há perdas de até 100% em algumas áreas, como na Fronteira Oeste e Missões, por conta das altas temperaturas e déficit hídrico.

A soja também sofre com a falta de chuvas. Já áreas do Cerrado e Matopiba, estão sendo favorecidas com umidade, o que levou a Conab a prever safra recorde de soja, com 152,9 milhões de toneladas.

Ou seja, apesar da presença do La Niña e dos problemas de estiagem no Rio Grande do Sul, as demais áreas tiveram condições climáticas favoráveis e devem colher uma safra farta. Com o El Niño, o cenário é diferente já que há tendência a haver mais chuvas no Sul do Brasil e menos chuvas em áreas do Centro-Norte.

O fenômeno El Niño, se confirmado de baixa intensidade para 2023, pode impactar negativamente a produtividade da soja na média brasileira.

A conclusão é de um estudo feito pela consultoria Céleres, que há 32 anos acompanha o impacto dos fenômenos La Niña ou El Niño em produtividade esperada para a safra. “Se confirmado, seria considerado um El Niño de baixa intensidade. No nosso modelo, a produtividade [da soja] seria 1,8% menor que o esperado, ou seja – 1,1 saca/hectare, na média brasileira para a soja.

Os efeitos negativos do El Niño/La Niña se dissipam na média nacional. Isto é, quando a região Sul quebra, Cerrado vai bem e limita tais efeitos e vice-versa. Gera um resultado positivo relevante para as estratégias de suprimento dos consumidores e contribui para a segurança alimentar das cadeias de soja”, explica Enilson Nogueira, analista da empresa.

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