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Cotidiano

Casal que já adotou menino de Guiné-Bissau faz campanha para trazer irmã dele ao RS

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Um casal de Ivoti, cidade distante cerca de uma hora de Porto Alegre, faz campanha na internet para aumentar a família. Deisi e Fernando Scherer já adotaram um menino de Guiné-Bissau e agora querem trazer a irmã biológica dele ao Rio Grande do Sul. Para isso, precisam entrar com processo internacional de adoção, que pode custar R$ 30 mil. Os dois conheceram as crianças quando fizeram trabalhos voluntários no país africano.

Foto: Arquivo Pessoal

Ele atua na construção de casas e escolas. Deisi, que é professora, participa de um projeto de formação de professores na Guiné-Bissau.

Eles tiveram a ideia de adotar Abel na segunda viagem ao país. “O Abel vinha em volta, olhava o que a gente fazendo e logo a gente começou a brincar, se olhar. Deu uma conexão diferente das outras crianças”, lembra Fernando, que é industriário.

Na primeira vez que eles foram para o país, em 2014, fizeram um empréstimo de três anos. “Quando fomos de novo, em 2016, o empréstimo nem estava pago”, conta Deisi. Então, os dois fizeram ações para conseguir recursos.

O casal já estava na fila de adoção no Brasil, mas ainda não havia sido chamado. Decididos a adotar Abel, que na época tinha cinco anos de idade, Deisi e Fernando foram atrás de ajuda para contratar um advogado de Guiné-Bissau e para arcar com os custos de documentos e passagens aéreas.

Eles juntaram as economias que tinham, e amigos contribuíram com uma quantia que completou o valor necessário. Além disso, Fernando saiu do emprego e sacou o Fundo de Garantia.

“Aconteceu alguma coisa que eu não sei bem explicar, que nos ligou. Ou já estávamos ligados de algum jeito. Foi a melhor viagem da vida, poder ter conhecido o Abel e ter tido esse encontro”, diz Deisi. Fernando conta que o menino até disse que gostaria que ele fosse seu pai.

“Virou para mim e falou em crioulo, que é a língua que ele falava, que gostaria que eu fosse o pai dele. Na hora eu suei muito. Tentei não botar para fora para não dar esperança para ele.”
Quando estiveram na África pela última vez, para trazer Abel, Deisi e Fernando conheceram uma irmã biológica dele, a Djariatu, chamada por eles de Dja. Nesses quase dois anos que o menino está no Brasil, a família adotiva mantém contato com familiares dele na Guiné. E os pais da menina disseram que gostariam que ela também fosse adotada.

“Às vezes a gente pensa que as pessoas que liberam seus filhos para adoção não amam, mas eu não vejo isso na família do Abel. Eu vejo o quanto eles amam. E porque eles amam, querem uma história diferente do que a Guiné pode proporcionar”, diz Deisi. Grande parte do país vive com muita pobreza, sem energia elétrica nem água tratada.

Abel se adaptou bem a Ivoti. Estuda e já aprendeu a ler e a escrever. Em um vídeo que a família gravou para a campanha para adotar Dja, o menino pede ajuda (veja abaixo):

“A gente pede por favor. Pode nos ajudar, pessoal que está assistindo a esse vídeo, a adotar a minha irmã, Dja?”
Deisi e Fernando são casados há 12 anos. Desde que começaram a namorar, falavam em adoção.

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