Cotidiano
Expedição Recife: jovens do RS viajam de Fusca até Pernambuco para reencontrar amigo
Quando o iraiense Johnny Folle foi aprovado no curso de Medicina da Universidade de Pernambuco, em Recife, distante mais de 3,6 mil quilômetros do município gaúcho, seus quatro amigos que permaneceriam em Iraí o fizeram uma promessa. “Nós vamos te visitar, e vai ser de Fusca”, anunciaram Leonardo Pazini, José Otávio Tomasi, Eduardo Teston e Ildo Roberto de Souza. A resposta de Folle foi o combustível para que o projeto não ficasse no papel: “duvido”, desafiou ele.
Juntado à paixão pelos Fuscas, que motivou o grupo a fazer parte dos encontros de carros antigos, e a promessa feita ao amigo distante, os quatro passaram a organizar a Expedição Recife, como intitularam o projeto. Inicialmente, a viagem aconteceria em 2021, mas teve de ser postergada para o início desse ano em virtude da pandemia.
A preparação durou quase um ano e envolveu desde a manutenção e revisão dos carros, um Fusca 1962 e outro 1968, e também o roteiro da viagem, definindo em quais pontos eles pretendiam parar. Com o roteiro pronto, eles partiram para o seu destino na madrugada do último dia 3, uma segunda-feira, com previsão de chegada para a sexta-feira, 8.
Na estrada, os amigos tinham de fazer pausas regulares a cada, em média, 200 km percorridos, para resfriar os motores dos Fuscas. Apesar da avançada idade das “máquinas mortíferas”, como eles chamam os veículos, os amigos tiveram problemas mecânicos mais sérios apenas uma vez, e logo no primeiro dia, que teve de ser resolvido em uma mecânica. “Os outros perrengues e imprevistos resolvíamos nós mesmos, em cerca de 40 minutos”, explica Leonardo Pazini.
Depois de incontáveis horas na estrada, acompanhada de muita música e chimarrão, os amigos chegaram a Recife, por volta das 23h30min de sexta-feira, 7.
– Conseguimos conhecer vários lugares na região de Recife, o que não estava nos planos. Visitamos prédios históricos na Recife Antiga e o famoso “Marco Zero”. Fomos à praia de Boa Viagem, Porto de Galinhas (onde conseguimos fazer um mergulho com equipamentos profissionais, o que marcou todos nós pela beleza do momento vivido), e Maragogi, três das praias mais bonitas do país – compartilha Pazini.
A visita ao amigo também proporcionou que o momento fosse eternizado em suas fotos de formatura, que reuniu os cinco amigos para sempre nos registros. “Pudemos participar desse momento, com as camisetas da expedição, foi bastante simbólico”, complementa.
Após seis anos da promessa, os amigos conseguiram se reunir novamente. “A nossa missão era de valorizar essa amizade. Foram anos de espera, as coisas foram se ajeitando e agora conseguimos cumprir isso”, friza Pazini.
Agora, a expedição está retornando para Iraí, quando completará os mais de oito mil km rodados, que apesar de parecerem intermináveis em alguns momentos, não foram capazes se separar essa amizade.
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