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‘Não conseguimos entender direito, ela era saudável’, diz pai de estudante que morreu após passar mal na sala de aula
Ele conta que por onde a filha passava fazia amizades e que era querida pelas pessoas. “Ana tinha participação na igreja, fez catequese, crisma, foi coroinha e participou também de projetos como o ‘Onda’. Além disso, ela participava do CTG Azaleia e frequentava aulas de inglês”, lembra. “Mesmo quando Ana estava viva, por onde a mãe dela e eu frequentávamos, se tinha alguém que a conhecia, nos parava para elogiar ela. Sempre foi muito querida pelas pessoas dos lugares onde ela frequentava”, completa o pai.
Ana era uma adolescente estudiosa, adorava ler. “Gostava de coisas que toda adolescente gosta, mas também de livros de sociologia, ela era ligada em causas sociais”, conta Marcuse.
Para a diretora do Escola de Ensino Fundamental Idalino Pedro da Silva, Dilma Nunes de Oliveira, a adolescente era uma excelente aluna, sendo destaque no educandário com os melhores desempenhos. “Tinha conhecimento acima da média e ano que frequentava”, afirma Dilma.
Desde pequena ela estudava na instituição de ensino que fica a cerca de 500 metros da casa onde morava com a família, no bairro Guarujá. Filha de pais professores da rede municipal de ensino de Parobé, a jovem sonhava em estudar em curso técnico na área ambiental durante o ensino médio. Já pensando no ensino superior, ela contava aos familiares que queria cursar Relações Internacionais.
Em casa, Marcuse conta que a filha era muito caprichosa e detalhista, o quarto estava sempre organizado e com as roupas dobradas. Ela também era carinhosa e zelosa com a família, ajudava a cuidar e tinha muito amor pelo irmão caçula de 8 anos. “Na semana passada o irmão dela fez aniversário e ela nos incentivou a fazer uma festinha para ele, para celebrar a data”, lembra, emocionado.
Perda precoce
A morte repentina e atestada como causa cardiovascular inespecífica surpreendeu a todos. “É muito difícil conviver com isso, principalmente nesses primeiros dias. A família toda está tentando entender o que aconteceu, todos estão arrasados. Ela era uma menina com saúde, fazíamos um check-up anual e nunca apareceu nada”, afirma o pai. Ele conta que a família tem tentado sair de casa nesses dias, pois ainda se emocionam. “O irmão dela tem se distraído brincando com outras crianças, ele entende o que aconteceu, chorou um pouco. É bom ele se relacionar com as outras crianças.
” O pai conta que na tarde do domingo (6), véspera do dia que a jovem faleceu, Ana fez perguntas para os pais sobre infartos. Apesar de não ter relatado sentir nenhum sintoma, ele lembra que sugeriu para a filha que poderiam procurar um cardiologista para fazer exames se ela quisesse.
“No outro dia abri o portão para ela ir para a escola e me despedi. Ela foi a pé, era perto. Depois fui trabalhar de moto, por volta das 8h10 me ligaram dizendo que ela estava passando mal, imediatamente fui para casa para pegar o carro e ir buscar ela para levar ao hospital. Mas enquanto estava em casa, me ligaram novamente e avisaram que ela estava sendo levada de ambulância com a diretora, fui direto para o hospital e quando cheguei ela estava em atendimento e instantes depois me deram a notícia”, detalha.
Segundo Marcuse, a filha teria colocado a mão no peito dando sinais que algo não estava bem. Prontamente o professor de matemática, José Rogério Prates, que lecionava na turma de Ana, prestou socorro. “Ela não chegou a cair, ele deitou ela no chão e tentou ajudar, deu atenção. Logo avisou a direção”, conta. O corpo da jovem foi enterrado na manhã da terça-feira (8) no cemitério São João Batista, em Parobé.
Para a família, a morte da adolescente não tem relação com a vacina contra a Covid-19. Marcuse fala que todos em sua casa se vacinaram e de acordo com ele essa hipótese nem mesmo foi sugerida pelos médicos.
“Nunca passou pela nossa cabeça de relacionar com a vacina. A gente sabe que, na medida que foi aumentando a vacinação, a queda de mortes por Covid foi muito grande”, afirma. “Meu pai teve Covid, só que vacinado, não teve problema. Minha mãe perdi em fevereiro do ano passado, só que ela não teve nenhuma dose. A gente não fez nenhuma relação”, finaliza o pai de Ana.
Fonte: Jornal NH
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