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Neonazista condenado na Alemanha por negar o holocausto, visita cidades do RS
Um influenciador digital de extrema-direita, condenado na Alemanha por negar o holocausto, publicou vídeos sobre cidades de Santa Catarina em janeiro. Nikolai Nerling, que disse ao jornal O Globo estar no Brasil por medo de ser preso em seu país, esteve em Treze Tílias, no Oeste, Witmarsum e Pomerode, no Vale do Itajaí. Nos vídeos, ele aparece apagando pichações contra o nazismo — numa delas, Nerling colou adesivo que converte a mensagem em exaltação aos nazistas.
Em Pomerode, o influenciador neonazista participou do Encontro de Fuscas, no início de dezembro. Também gravou vídeo em que aparece ao lado de um homem apagando pichações com a mensagem “FCK NZS” — do inglês, “fodam-se nazistas”. Em outra gravação, o próprio influenciador cola um adesivo com a palavra alemã “Wohlan” sobre as letras FCK. A mensagem alterada pode ser compreendida como: “Muito bem, nazis!” ou ainda “Vamos, nazis!”.
O alemão também visitou cidades do Rio Grande do Sul e, no início de fevereiro, passou pelo Rio de Janeiro. O paradeiro dele no Brasil é desconhecido.
As prefeituras de Pomerode e Treze Tílias informaram não ter recebido qualquer contato do influenciador durante a passagem dele por Santa Catarina. A prefeitura de Witmarsum não respondeu às tentativas de contato da coluna nesta segunda-feira (7).
Nikolai Nerling foi condenado na Alemanha por relativizar publicamente o holocausto a estudantes que visitavam o campo de concentração de Dachau, em 2018. No ano passado, ele perdeu uma apelação ao Tribunal Federal de Munique. Segundo a imprensa alemã, no dia 17 de dezembro a Corte Federal Constitucional da Alemanha também não reconheceu um recurso de Nerling, o que encerrou o caso. Ele deve pagar multa de 6 mil euros.
Por causa de mensagens consideradas antissemitas, revisionistas do holocausto e de teorias de conspiração, Nikolai Nerling teve acesso bloqueado a redes sociais como o YouTube.
Conforme reportagem publicada por O Globo no último sábado (5), o Ministério Público de Berlim tem vários inquéritos abertos contra ele. Nerling disse ao repórter Niklas Franzen temer ser preso caso retorne à Alemanha. O visto de turista do influenciador neonazista estaria prestes a vencer.
Além dos problemas com as autoridades alemãs, o influenciador pode ser enquadrado na legislação brasileira antirracismo por vídeos publicados durante a visita ao país.
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