Justiça
Ré do caso Bernardo Edelvânia Wirganovicz passa mal durante julgamento
A ré Edelvânia Wirganovicz, uma das acusadas de matar o menino Bernardo Boldrini, morto em 2014, aos 11 anos, passou mal no fim da manhã desta quinta-feira (14) durante o interrogatório. O julgamento está ocorrendo desde segunda (11) em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Edelvânia havia respondido perguntas da juíza Sucilene Engler Werle. Antes de começar a ser questionada pelo Ministério Público, ela desmaiou.
Ela foi retirada do plenário, sob supervisão da enfermeira. A juíza determinou a suspensão da sessão do júri. Advogado de defesa de Edelvânia diz que ela não tem condições de voltar.
Além de Edelvânia, respondem também pela morte de Bernardo o irmão dela, Evandro Wirganovicz, o pai do menino, Leandro Boldrini, e a madrasta Graciele Ugulini.
Em mais de um momento, durante o interrogatório, Edelvânia negou que o irmão dela tenha participado da ocultação do corpo de Bernardo.
Antes de passar mal, Edelvânia disse que foi coagida e orientada, pelas delegadas, sobre o que deveria dizer no depoimento.
“Eu estava há três dias sem comer, só tomando remédio. Estava chapada quando fui levada para a delegacia”, disse. “A senhora foi ameaçada?”, perguntou a juíza. “Sim, fui. A delegada deixou a arma em cima da mesa e disse que ia filmar”, contou.
Bastante emocionada, Edelvânia disse que não matou Bernardo. “Aquela criança só queria amor e comida”, disse chorando.
A ré não confirma ter comprado soda cáustica. Disse apenas que comprou Midazolam, a pedido de Graciele, madrasta de Bernardo, e uma pá, que seria usada para cavar uma valeta para evitar que furasse o tanque do carro dela.
Ela ainda contou à juíza que os remédios foram dados por Graciele a Bernardo e que teria entrado em pânico quando viu que ele estava morto. Ela sugeriu ir na delegacia, mas Graciele a ameaçou.
“Ameaçou minha família de morte, a minha mãe. Eu fiquei desesperada”.
“Eu tentei achar uma terra fofa para enterrar o menino. Tirei as terras com a mão e ajeitei tudo”, disse Edelvânia. “Quem tirou a roupa do Bernardo?”, perguntou a juíza. “Ela [Graciele] e eu”, respondeu a ré.
“Ela [Graciele] me ofereceu dinheiro e eu disse ‘não’. Vamos dar um enterro digno para esse guri, do lado da mãe dele”, contou Edelvânia aos prantos.
Antes de Edelvânia, a outra ré, Graciele, prestou depoimento. Ela disse que a morte de Bernardo ‘foi um acidente, uma sucessão de erros’.
Na quarta-feira (13), Leandro afirmou que não mandou matar o filho. Ele afirmou que a criança foi morta pela madrasta, Graciele, e a amiga dela Edelvânia. O quarto réu, Evandro, ainda falta ser interrogado.
Bernardo foi morto em 2014, após ingerir uma superdosagem de Midazolam. O corpo foi encontrado 10 dias depois envolto em um saco plástico em uma cova em Frederico Westphalen.
Fonte: G1
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