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Polícia prende empresário do Paraná suspeito de extorquir cerca de 200 vítimas no RS para conseguir criptomoedas
Um empresário de 30 anos foi preso nesta quinta-feira (4) após ser alvo de operação conjunta da Polícia Civil do RS e do Núcleo de Operações com Criptoativos (NOC) do Ministério da Justiça. Ele é investigado por extorquir cerca de 200 pessoas no Rio Grande do Sul e mais de 1,3 mil no restante do Brasil para conseguir moedas virtuais. A prisão aconteceu em Lapa, município do Paraná a 70 quilômetros de Curitiba.
Segundo a investigação, o homem, que possui empresa de soluções em informática, enviava e-mail para as vítimas e alegava ter acesso a informações privilegiadas, como senhas, históricos de navegação, fotos e vídeos íntimos, a maioria de cunho sexual — por isso, a operação recebeu o nome de Sextortion. Assim, ele extorquia as vítimas e exigia valores entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil para que o material não fosse vazado na internet.
Os e-mails enviados pelo suspeito ensinavam as vítimas a como depositar os valores em bitcoins. A operação é inédita no Brasil porque, pela primeira vez, conseguiu-se rastrear a carteira virtual para a qual os bitcoins eram destinados.
— Ele acreditava que a polícia teria dificuldade em rastrear criptoativos — afirma o delegado Eibert Moreira, diretor da Divisão de Investigação Criminal do Deic.
A estimativa da polícia é de que o empresário tenha lucrado mais de R$ 2 milhões em bitcoins. Somente no Rio Grande do Sul, 200 vítimas pagaram total de R$ 300 mil ao autor das extorsões.
O Estado que mais contabilizou vítimas foi São Paulo, com 1.026 ocorrências. Houve ainda em torno de 300 casos no Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal.
O primeiro caso a chegar ao conhecimento do Núcleo de Operações com Criptoativos foi de uma jovem de Caxias do Sul, na Serra, que procurou a delegacia acompanhada de advogados. A partir desse caso, iniciaram-se as buscas aos registros de ocorrências semelhantes.
O delegado Thiago Albeche, da Delegacia de Crimes Informáticos e Defraudações do Deic, explica que os e-mails tinham texto padrão. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul vai investigar agora os equipamentos apreendidos com o suspeito para descobrir como ele tinha acesso às informações sobre as vítimas.
Albeche afirma que a operação é um recado da Polícia Civil gaúcha contra os crimes com criptoativos:
— Esta investigação, que contou com as mais modernas práticas de análises por parte dos agentes, prova que não há território que a polícia não possa transitar.
A operação contou com o apoio da 9ª Delegacia Regional de Polícia da Lapa para o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão e do mandado de prisão preventiva. Houve também bloqueios de bens, contas bancárias e carteiras de criptoativos do empresário.
Fonte: GZH
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